(1º de Dezembro de 2012)
©Joaquim Palminha Silva
Um vento húmido percorre as ruas
no chão batem cascos de cavalos
e passos assustados denunciam gente descalça a caminhar no medo!
Há bolor no ar…
Apagam-se velas.
Um cavaleiro que vive de bagatelas
Já na ferrugem
mira a espada encostada a um canto da vida…
Entre gritos chovem as apostas
sobre a corrida de Alcácer-Quibir…
O desgosto precipita-se a olhar para trás
a ver se alguém o segue.
Carradas de piedade
montes de suplicas
trazem as igrejas cheias de gente
e de pavor…
São os espanhóis, são os espanholzitos
os olé, olé, olé!
O ambiente exige obediência à tragédia.
Chupistas ambíguos passam a fronteira
e apontam o dedo na direcção do saque.
Eis as ruas desertas…
Agora parou o vento…
E o Jesuíta perfeitamente missionário
corre o risco de falar ao Povo…
Um demente salta do meio da turbamulta esfarrapada
gigante desmanchado que assume a responsabilidade…
Seja do que for!
E o dia português tomba sobre as pessoas
imediato e madrileño
hasta la muerte.
A cidade chora pingona…
Pueblo inferior?
- Es muy posible…
Sin embargo…
Importa que el empujón que vendrá de Évora
no nos coja dormidos!
Aclamação de D. João IV, quadro de Veloso Salgado, Museu Militar, Lisboa
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