segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Silêncio Quebrado

Silêncio Quebrado

A Rosa Maria teimava
Côr que perder; - Não queria
Tão pouco sensual odôr
Menos ser rosa sem espunhos
Nem causar dôr a quem a tolhia.

Sacrificando-se sem sacrifício algum
Ainda assim; - Por vezes subjugada
Sem mistérios, sem segredos
Que dos seus, a Rosa sofria
Destinada a ser desfolhada.

Escravizada nos deveres
De pétala caída; - Cançada
Descolorida entre quatro paredes
Ao surdo grito se prendia
Taciturna e à mordaça forçada.

No seu jardim de espinhos floridos
Dela; - Tudo se servia
Magoada - Decidida - Revoltada
Lutadora e até guerreira
"O silêncio" quebrou um dia

                                               JULIO AMARAL

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